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30 de abril de 2025

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30/04 Notícias da Igreja Nas missas novendiais, cardeais estão ressaltando o legado de Francisco e os desafios para a Igreja e o novo Papa
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Nas três missas do Novendiali, período de 9 dias dedicado ao luto e à oração pelo sufrágio do Papa Francisco, realizadas desde o último sábado, 26 de abril, até esta segunda-feira, 28, os cardeais estão vivenciando um período intenso de oração, ressaltando aspectos do legado do pontificado de Francisco, levantando desafios para o futuro da Igreja e características que o novo pastor da Igreja precisa apresentar.

O decano do Colégio Cardinalício, cardeal Giovanni Battista Re, presidiu a Missa das Exéquias do Papa Francisco na manhã deste sábado, 26 de abril, no adro da Basílica de Praça São Pedro. Participaram cerca de 250 mil pessoas. Em sua homilia, o purpurado sublinhou que durante o seu Pontificado, o Papa Francisco estabeleceu “um contacto direto com cada pessoa e com as populações, desejoso de ser próximo a todos, com uma atenção especial às pessoas em dificuldade, gastando-se sem medida, em particular pelos últimos da terra, os marginalizados. Foi também um Papa atento àquilo que de novo estava a surgir na sociedade e àquilo que o Espírito Santo estava a suscitar na Igreja”.

“A decisão de adotar o nome Francisco manifestou-se logo como a escolha do programa e do estilo em que queria basear o seu Pontificado, procurando inspirar-se no espírito de São Francisco de Assis. (…) O fio condutor da sua missão foi também a convicção de que a Igreja é uma casa para todos; uma casa com as portas sempre abertas. Várias vezes utilizou a imagem da Igreja como um “hospital de campanha” depois de uma batalha em que houve muitos feridos; uma Igreja desejosa de cuidar com determinação dos problemas das pessoas e das grandes angústias que dilaceram o mundo contemporâneo; uma Igreja capaz de se inclinar sobre cada homem, independentemente da sua fé e condição, curando as suas feridas”.

O cardeal Re disse ainda que em contraste com o que Francisco designou por “cultura do descarte”, falou da cultura do encontro, della cultura da solidariedade. “O tema da fraternidade atravessou todo o seu pontificado com tons vibrantes. Na sua Carta Encíclica Fratelli tutti, pretendeu reanimar a aspiração mundial à fraternidade, porque todos somos filhos do mesmo Pai que está nos céus. Com força, recordou-nos muitas vezes que todos pertencemos à mesma família humana e que ninguém se salva sozinho”, disse.

Assista a homilia na íntegra (aqui)

Acolher o seu legado e torná-lo vida vivida

O cardeal Pietro Parolin presidiu a missa, na Praça São Pedro, em sufrágio do Papa Francisco, no segundo dia dos Novendiais, neste 27 de abril, Domingo da Misericórdia. Refletindo sobre o Evangelho do dia, ele disse que pode representar bem o estado de espírito de todos nós, da Igreja e do mundo inteiro. “O Pastor que o Senhor deu ao seu povo, o Papa Francisco, terminou a sua vida terrena e deixou-nos. A dor pela sua partida, a tristeza que nos assalta, a perturbação que sentimos no coração, a sensação de desorientação: estamos a viver tudo isto, como os apóstolos entristecidos pela morte do Senhor. No entanto, o Evangelho diz-nos que é precisamente nestes momentos de escuridão que o Senhor vem até nós com a luz da ressurreição, para iluminar os nossos corações”, disse.

Parolin ressaltou que ao olhar para o legado de Francisco, que frente aos muitos desafios que o mundo é chamado  chamados a enfrentar – recordo, por exemplo, o da tecnologia e da inteligência artificial, que caracteriza particularmente a nossa época –, nunca esqueçais de alimentar a vossa vida com a verdadeira esperança, que tem o rosto de Jesus Cristo, vivo e ressuscitado em sua Igreja.

“O Papa Francisco foi testemunha luminosa de uma Igreja que se inclina com ternura perante os feridos e cura com o bálsamo da misericórdia; e recordou-nos que não pode haver paz sem o reconhecimento do outro, sem a atenção aos mais fracos e, sobretudo, nunca pode haver paz se não aprendermos a perdoar-nos reciprocamente, usando entre nós a mesma misericórdia que Deus tem para com a nossa vida”, disse.

Confira a homilia na íntegra:

Um pastor com o olhar de Cristo

O cardeal Baldassare Reina, vigário geral da Diocese de Roma, presidiu nesta segunda-feira, 28 de abril, a Missa do terceiro dia dos novendiais em sufrágio do Papa Francisco, celebrada na Basílica de São Pedro. Estavam presentes mais de 180 cardeais.

Em sua homilia, o vigário geral para a diocese de Roma indicou aos cardeais eleitores o dever de buscar um pastor capaz de “discernir e ordenar” as reformas e processos iniciados pelo Papa Francisco, advertindo contra o risco de seguir “conveniências mundanas” e “pretensões ideológicas que dilaceram a unidade das vestes de Cristo”.

Durante a homilia, Reina recordou que o povo reconheceu em Francisco um verdadeiro pastor universal e que a barca de Pedro precisa dessa navegação ampla e corajosa. Exortou os cardeais a discernirem e ordenarem os processos iniciados pelo Pontífice, sem ceder a interesses mundanos ou ideológicos. Procurar um pastor hoje, destacou o cardeal, “significa buscar uma guia capaz de enfrentar os desafios do Evangelho num mundo de traços desumanos”, com o olhar de Cristo e que conduza o povo de Deus no caminho do anúncio do Evangelho.

 Confira na íntegra da homilia:

Por Willian Bonfim com informações VaticanNews
CNBB