Passar pela Porta Santa não é um ato mágico, é um símbolo cristão, um sinal que expressa o desejo de recomeçar, de se renovar, de se deixar encontrar por Deus: disse Francisco ao receber em audiência na manhã desta quinta-feira, 23 de janeiro, dirigentes e funcionários da Inspetoria de Segurança Pública do Vaticano.
Vocês podem, com razão, orgulhar-se de viver e agir a serviço do bem comum – muito! – e, ao mesmo tempo, permanecer humildes, pois isso lhes permite reconhecer sua necessidade de ajuda, de bênção, de redenção e manter o coração aberto à graça de Deus. Foram palavras com as quais o Santo Padre saudou os dirigentes e funcionários da Inspetoria de Segurança Pública do Vaticano, recebidos pelo Pontífice na manhã desta quinta-feira (23/01) na Sala do Consistório, no Vaticano, um expressivo grupo de cerca de 180 pessoas.
Ao dar-lhes as boas-vindas, o Papa expressou sua alegria de encontrá-los, como de costume, no início do ano, ocasião “propícia para desejar a todos vocês e às suas famílias um 2025 de paz, um ano jubilar, no qual somos chamados a voltar o nosso olhar para Jesus Cristo, a nossa esperança, que se faz peregrino conosco e que quer nos dar a si mesmo, a sua bênção e o seu perdão”, ressaltou Francisco.
Em seguida, convidou-os a aproveitar a Porta Santa aberta na noite de Natal na Basílica de São Pedro, bem como as abertas posteriormente nas outras Basílicas Papais de Roma.
Passar pela Porta Santa não é um ato mágico, não, não é, é um símbolo, um símbolo cristão – o próprio Jesus diz: “Eu sou a porta” – um sinal que expressa o desejo de recomeçar, e essa é uma bonita sabedoria: recomeçar, todos os dias recomeçar. Sempre dar um passo adiante. O desejo de se renovar, de se deixar encontrar por Deus.
E aqueles que eventualmente não reconheçam que têm o dom da fé, prosseguiu o Santo Padre, que igualmente aproveitem este Ano Jubilar para seguir adiante.
Queridas mulheres e queridos homens da Polícia, gostaria de agradecer-lhes por todo o trabalho que vocês realizam, com dedicação, profissionalismo e generosidade, (que) fazem para garantir a minha segurança, a dos meus colaboradores e a de todos os peregrinos e turistas na área do Vaticano, bem como durante as minhas visitas pastorais à Itália. Obrigado! Obrigado de coração!
Francisco prosseguiu reconhecendo tratar-se de uma tarefa, a deles, sempre exigente, que requer prontidão e coragem e que, na maioria das vezes, é realizada de forma discreta, sem ser notada, mas que requer abnegação, atenção a cada detalhe, paciência e disposição para fazer sacrifícios. A segurança, de fato, é um bem invisível de cuja importância nos damos conta justamente quando, por algum motivo, ela falta, e que se constrói no compromisso contínuo e inteligente de vigilância, noite e dia, todos os dias do ano.
O ser humano ferido pelo pecado torna indispensável o trabalho das forças públicas colocadas a serviço do bem comum de toda a comunidade, que têm os instrumentos adequados para combater e deter aqueles que estão prestes a cometer crimes e delitos.
Francisco concluiu manifestando seu apreço dizendo-lhes pensar neles com frequência e com gratidão, orando por eles e suas famílias. “E quando meus secretários os visitam aos domingos para lhes trazer chocolate ou algo assim, é um gesto simbólico, mas um gesto que expressa minha proximidade”, disse por fim o Santo Padre.
Raimundo de Lima – Vatican News